“O luto é um processo muito solitário e penoso”
Written by Inês Ferreira on 27 de Abril, 2023
Carolina Deslandes recorda a morte do avô.
Esta quarta-feira, 26 de abril, Carolina Deslandes recorreu às redes sociais para recorda o avô. “Muitos de vocês, se calhar, não me seguiam há oito anos…”, começou por dizer.
“Tinha o cabelo preto e verde, uma argola em cada narina, cantava em discotecas e tinha esta sensação constante de não pertencer a lado nenhum. Venho de uma família onde não há um único artista, toda a gente é advogada, jurista… E eu sou a única pessoa assim, que saiu completamente fora da caixa. E enquanto estamos a crescer, não percebemos o que é que é fixe de estar fora da caixa porque queremos é pertencer e ser amados”, acrescentou.
“Há oito anos não era mãe. Sonhava ser mãe desde pequenina, mas não era nem estava nos meus planos próximos. Foi assim que me despedi do meu avô, com uma outra vida, uma outra pessoa”, continuou.
“O meu avô faleceu no dia 26 de abril à uma da manhã e eu tive um concerto no dia 25. Foi o primeiro concerto que fiz em nome próprio na minha vida em que as pessoas chamaram pelo meu nome antes de entrar em palco. Lembro-me de ser uma coisa nova para mim e de ficar, ‘oh Meu Deus’. Quis cancelar esse concerto. Estávamos em casa da minha avó há cinco dias porque o meu avô tinha piorado muito, e a minha avó insistiu muito para não cancelar. Acabei por fazer o concerto“, contou.
“O luto tem esta coisa. Quanto mais tempo passa, parece que as coisas nos estão a escapar. O cheiro da pessoa está-nos a escapar, a voz (…) O luto é um processo muito solitário e penoso”, completou.
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