Investigadas “mortes e mutilações” em cirurgias no Amadora-Sintra
Written by Mara Costa on 13 de Janeiro, 2023
Há 22 casos em investigação.
Dois cirurgiões do Hospital Fernando Fonseca, conhecido também por Amadora-Sintra, denunciaram mais de duas dezenas de “mortes e mutilações” alegadamente por má prática da equipa cirúrgica. A notícia foi avançada pelo seminário Expresso, esta sexta-feira, dia 13 de janeiro.
Os casos, que incidiam sobre 17 doentes, remontam ao ano passado e foram comunicados à direção clínica da unidade hospitalar no início de outubro. No final de novembro, surgiram mais cinco.
Em dezembro, as denúncias chegaram à Ordem dos Médicos e, segundo o mesmo semanário, esta nomeou peritos independentes para investigar as mesmas.
No documento enviado à Ordem, citado pelo Expresso, um dos cirurgiões escreve que “existem situações de prejuízo de vida e qualidade de vida graves, com mortalidade e mutilações desnecessárias, evitáveis, que resultam de uma prestação de cuidados ao doente cirúrgico“.
Já outro cirurgião, ao Amadora-Sintra, garante que existem “muitos outros” casos, embora de “gravidade significativamente menor, com doentes ‘perdidos’ no serviço (de cirurgia geral), avaliados por jovens médicos voluntariosos, mas inexperientes, que, embora estejam a dar o seu melhor, pouco ou nada são corrigidos ou orientados”.
O Expresso revelou ainda que, num dos casos descritos, um paciente com cerca de 60 anos, operado ao baço sem ter indicação para cirurgia programada, morreu “exsanguinado, com perto de 15 transfusões“. Já outro doente, com a mesma idade, foi operado ao pâncreas por suspeitas de um tumor que não existia, o que lhe trouxe um “internamento prolongado, com complicações e nova cirurgia“.
Aliás, de acordo com o jornal, são vários os casos de doentes que foram submetidos a cirurgia oncológica que, afinal, não tinham cancro.