Afinal, ainda não é o fim do julgamento de Rui Pinto
Written by Mara Costa on 6 de Janeiro, 2023
Voltam a 16 de janeiro.
Esta sexta-feira, dia 6 de janeiro, é o último de três dias de alegações finais do caso Football Leaks, mais de dois anos do seu início.
A sessão foi interrompida durante mais de meia hora, depois de a defesa de Aníbal Pinto ter entregue um requerimento. Como consequência, o coletivo de juízes decidiu interromper as alegações finais, que estão marcadas para 16 de janeiro.
Segundo a CNN, Aníbal Pinto acusa a Polícia Judiciária (PJ) de descobrir a identidade de Rui Pinto de forma ilegal, através de um ataque informático. Assim sendo, defende o também advogado, a identificação do arguido foi ilícita.
“Com o ataque informático, conseguiram a identificação do à data suspeito Rui Pinto, pelo que estamos claramente perante prova proibida, sendo assim nulo todo o processo após a identificação por este método proibido“, lê-se nos documentos, citados pela SIC Notícias.
O arguido pede que o tribunal autorize uma perícia independente ao próprio computador e a reinquirição de dois inspetores da PJ. Segundo o jornal Observador, o resultado preliminar dessa avaliação indica que “o Dr Aníbal Pinto foi atacado informaticamente pelo método de Phishing pelo Dr Pedro Henriques, através do domínio da Ordem dos Advogados“.
O requerimento refere que “a identidade de Rui Pinto não foi obtida como José Amador testemunhou“, dizendo que ouviu a descrição do hacker “e fez-se luz, sendo que posteriormente esclareceu que afinal não tinha ouvido“.
Pedro Henriques, representante de Nélio Lucas, da Doyen, terá trocado e-mails com Aníbal Pinto, na altura advogado de Rui Pinto. Num dos e-mails encontrava-se um anexo com conteúdo “malicioso”, esclarecendo que “este tipo de ameaça está relacionado em ações de phishing”.
A defesa de Aníbal Pinto afirma ainda que o e-mail terá sido enviado com o conhecimento da PJ: “tudo isto altamente indiciado com conhecimento do inspetor José Amador e do inspetor-chefe Rogério Bravo”.
Recorda-te que esta quarta-feira, dia 4, ficaram provados 89 dos 90 crimes de que Rui Pinto estava acusado.