Caravana com quase 400 refugiados ucranianos chega a Lisboa amanhã

O grupo é composta na maioria por mulheres e crianças.

No domingo, dia 13, a Caravana Missão Ucrânia saiu de Lisboa com destino a Cracóvia, na Polónia, com alimentos e medicamentos para os refugiados.

Quase uma semana depois, a caravana está de volta a Portugal com quase 400 refugiados da Ucrânia, país que está sob ataque russo desde a madrugada de 24 de fevereiro.

Miguel Costa, que integra a caravana, revelou, em declarações à Lusa, que esta ação solidária partiu de uma conversa entre amigos no Whatsapp que estavam chocados com os acontecimentos vividos naquele país.

“Esta missão tem várias fases. A primeira de chegada a Cracóvia correu bem com a integração das pessoas todas. Houve aqui um processo administrativo e de logística bastante complexo porque as listas dos refugiados eram dinâmicas e iam-se alterando quase de hora em hora e isso atrasou o processo. Demorámos muito tempo para fazer o ‘check-in’, uma vez que obedecia a uma série de critérios, nomeadamente verificação documental e ‘check-up’ médico e depois iam sendo integrados na caravana”, contou.

De acordo com Miguel Costa, foram deixadas em Cracóvia três a quatro toneladas de medicamentos e bens para alguns tempos.

“Conseguimos trazer quase 400 refugiados, na sua maioria mulheres e crianças, mas também alguns idosos e jovens ucranianos que trabalhavam na Rússia e foram expulsos e conseguiram chegar até nós. Outros três refugiados chegarão de avião no fim de semana, pois já não tínhamos capacidade para mais”, acrescentou.

Miguel Costa contou que esta difícil missão envolve 70 voluntários, incluindo motoristas, médicos, enfermeiros e tradutores.

“Nós tivemos um apoio enorme da embaixada da Ucrânia, da comunidade ucraniana em Portugal. Ajudaram-nos a referenciar pessoas, muitos familiares em situação de fuga e criámos uma plataforma que acabou por gerar uma série de registos todos os dias”, referiu.

Desta missão também fazem parte 20 ucranianos que vivem em Portugal e que se disponibilizaram para ajudar na comunicação com as famílias.

“As pessoas chegam até nós com um misto de alívio, mas também de medo por causa do tráfico de pessoas. Têm receio, mas nós trouxemos uma comitiva de mais de 20 ucranianos a viver em Portugal que ajudaram a traduzir e a estabelecer a comunicação com as famílias e isso deu-lhes confiança e perceberam que a nossa intenção era boa”, revelou.

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Fonte: Lusa