Imunidade através da infeção descontrolada “não é prudente” nesta fase
Written by Beatriz Pereira on 31 de Dezembro, 2021
Especialista não concorda com a imunidade através da infeção descontrolada.
Miguel Prudêncio entende que ainda é cedo para permitir a imunidade natural através da infeção descontrolada por SARS-CoV-2, porque não se conhece ainda a percentagem de doentes infetados com a Ómicron resultam em doença grave.
O investigador do Instituto de Medicina Molecular defende que esta não é a altura certa para permitir imunidade natural contra a Covid-19 através da infeção descontrolada do vírus.
Embora reconheça que este é um “momento-chave” da pandemia, o especialista afirmou esta sexta-feira não considerar “prudente que se permita a imunidade natural através da infeção descontrolada” do SARS-Cov-2 nesta altura porque “há um elemento que ainda não temos a certeza de como se comporta: qual é a percentagem de casos graves da doença que acontecem em pessoas infetadas com a Ómicron”.
Para o investigador, a “chave” está em conhecer esta percentagem, o que acredita que venha a acontecer dentro de duas ou três semanas. Mas, para já, “é cedo“, frisou.
Se a percentagem for “muito baixa”, deixar a infeção acontecer vai conferir a imunidade natural, “sem se traduzir em consequências graves” para os infetados. No entanto, se a percentagem for mais elevada, “então não podemos deixar a infeção espalhar-se sem controlo, porque isso ia corresponder a um número de casos graves da doença que não seria também aceitável”, explicou.
Seja como for, existe uma maneira de baixar a percentagem de doentes infetados com a Ómicron que resulta em casos graves: o reforço da vacinação.
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, defendeu esta semana que a estratégia de imunização natural contra a Covid-19 comporta um risco de pressão sobre os serviços de saúde e um “risco individual” porque há casos que têm “um desfecho menos favorável”.
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