Vacina portuguesa espera por apoio financeiro para avançar com ensaios clínicos
Written by Daniela Rebelo on 1 de Setembro, 2021
Espera pelo financiamento por parte do Estado tem impossibilitado seguir com os ensaios clínicos.
A biotecnológica portuguesa Immunethep já se encontrava pronta para avançar com os ensaios clínicos da sua vacina contra a Covid-19 em setembro.
No entanto, a espera pelo apoio estatal por parte do Estado tem impossibilitado seguir com o processo.
Segundo a fonte Lusa, o diretor executivo da Immunethep, Bruno Santos, disse que “Neste momento, tudo aquilo que podíamos fazer de ensaios não clínicos está feito. Já provámos a eficácia da vacina no modelo animal, já provámos a ausência de toxicidade. O próximo passo seria avançar para ensaios clínicos. O que aconteceu com quase todas as vacinas é que houve um forte apoio do Governo. Apesar dos contactos que houve, do interesse e de algumas reuniões, ainda estamos à espera”.

De acordo o responsável da biotecnológica sediada em Cantanhede, em Coimbra, a empresa já poderia estar “a pedir autorização dos ensaios clínicos ao Infarmed para começarem” este mês, caso já houvesse garantias de financiamento por parte do Governo.
São necessários cerca de 20 milhões de euros para a fase de ensaios clínicos e sem esse financiamento podem-se perder alguns meses.
Para Bruno Santos, a forma mais fácil e rápida de financiar o processo passaria “pela compra antecipada de vacinas, tal como foi feito nos Estados Unidos e na Alemanha“.

Já a possibilidade colocada pelo Governo passou pela candidatura a fundos europeus, tendo a empresa concorrido a uma linha de financiamento.
“Caso conseguíssemos 80% de financiamento, temos uma série de investidores que se mostraram interessados e conseguiríamos cobrir os outros 20%, mas o valor a ser apoiado pode não ser esse”, notou.
Para Bruno Santos, depois de todo o desenvolvimento feito pela empresa, que apresentou uma solução que “ainda é válida e que ainda pode ser útil”, é “um bocadinho frustrante” estar dependente apenas da questão do financiamento.
Mesmo numa altura em que muitos dos países ocidentais têm já grande parte da população vacinada, o cofundador da Immunethep salienta que a vacina continua a ser viável.
“Tem características que a tornam interessante para países em desenvolvimento, pela facilidade de administração, que não precisa de ser por um profissional de saúde, não precisa de uma cadeia de frio e como trabalha o vírus como um todo tem uma cobertura maior das variantes, tornando-a mesmo assim útil para Portugal e para os países desenvolvidos, já que as novas variantes fazem baixar a eficácia de vacinas como a Pfizer ou a Moderna“, realçou.
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Fonte: SIC Notícias / Fotografia: Global Imagens