ONU afirma que Furacão Ida pode ser o mais caro da história

A ONU revelou esta quarta-feira que o furacão Ida, que afetou o estado norte-americano do Luisiana no fim de semana passado, poderá tornar-se no desastre climático mais caro da história.

Além de ter tirado a vida a cerca de seis pessoas, de acordo o balanço provisório, o Ida causou grandes estragos na redes elétrica.

“Muitas vezes o impacto económico só é sentido após o evento e é o que acontecerá provavelmente neste caso, porque vimos grandes danos na rede elétrica do Luisiana, há probabilidades de o custo económico ser maior do que o do Katrina”, disse Petteri Taalas, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), durante uma conferência de imprensa, sublinhando, contudo, que a avaliação do impacto continua a ser feita.

O furacão Ida causou inundações, apagões e bloqueios de estradas, deixando também áreas isoladas e infraestruturas destruídas.

“Não sabemos quanto vai custar no final”. Taalas esclarceu que vai depender do regresso da eletricidade, prevendo que dentro de um mês haverá uma estimativa do custo final.

Em setembro de 20005, o furacão Katrina inundou Nova Orleans, tendo causado 1 800 mortos e prejuízos de 163,6 mil milhões de dólares (138,4 mil milhões de euros, de acordo com uma estimativa da OMM divulgada hoje.

Katrina é atualmente o desastre mais caro da história, ficando à frente dos furacões Harvey e Maria, que atingiram os Estados Unidos em 2017, com um custo respetivamente de 96,9 e 69,4 mil milhões de dólares (82 e 58,7 mil milhões de euros).

Mami Mizutori, dirigente da agência da ONU para a redução dos riscos de catástrofes (UNDRR), destacou que o mundo “multirriscos” em que vivemos “mostra a necessidade de investir mais na redução dos riscos das catástrofes, na prevenção”.

Segundo o responsável, o Ida ilustra perfeitamente o que as autoridades devem fazer.

“As perdas económicas serão elevadas, mas a boa notícia é que no caso do Ida, que ocorreu durante o aniversário do Katrina, o número de mortos é muito, muito baixo”, disse.

“O que fez a diferença desta vez é que a cidade (de Nova Orleans) desenvolveu um novo sistema de redução de riscos ligados aos furacões e às tempestades e investiu 14,5 mil milhões de dólares (12,2 mil milhões de euros) em dispositivos anti-inundação e diques”, reforçou.

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Fonte: Agência Lusa / Fotografia: AFP