Estátua de Pedro Álvares Cabral incendiada em protesto no Brasil
Written by Daniela Rebelo on 26 de Agosto, 2021
Além de incendiada, a estátua foi também grafitada.
Na madrugada desta terça-feira, dia 24 de agosto, uma estátua do navegador Pedro Álvares Cabral foi incendiada no Rio de Janeiro, no Brasil, durante um protesto.
De acordo com a imprensa brasileira, o grupo protestante revela que foi um ato contra o simbolismo ainda atual do navegador mas também contra legislação polémica que está em debate no Brasil.

Além de incendiada, a estátua foi também grafitada. o monumento do considerado descobridor do Brasil tinha afixados cartazes com a frase “Marco Temporal é genocídio. PL [Projeto de Lei] 490 não”.
O Coletivo Uruçu Mirim reivindicou a autoria do incêndio na plataforma do Twitter, onde afirmam: “Queimamos a estátua de Cabral para destruir tudo que ele simboliza ainda nos dias atuais, em protesto contra o Marco Temporal e o genocídio indígena continuado”.
A conta entretanto está “temporariamente restrita” pela rede social.
Pedro Álvares Cabral foi um navegador português natural de Belmonte e o primeiro europeu a liderar uma expedição ao território que haveria de ser o Brasil, em 1500.
O Projeto Lei (PL) 490 inclui diversas medidas que estão a ser criticadas pelas comunidades indígenas, que o consideram um retrocesso, sendo uma delas o “marco temporal“.
A expressão “Marco Temporal” refere-se a um debate que tem causado polémica no Brasil. Em causa está uma legislação que visa limitar os territórios ligados aos povos indígenas brasileiros.
A expressão defende que povos indígenas brasileiros só podem reivindicar terras onde já viviam em 05 de outubro de 1988, dia em que entrou em vigor a atual Constituição do país. Desta forma, é necessária a confirmação da posse da terra no dia da promulgação da Constituição Federal, mesmo que os povos em causa tenham sido afastados das terras pelo uso da violência.
O movimento que partilhou imagens na plataforma do Twitter, afirma: “mais um monumento escravocrata e genocida foi incendiado”.
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Fonte: Renascença