Escolas estão mais preparadas para ensino à distância
Written by Catarina Roque on 6 de Fevereiro, 2021
Desta vez, quase um ano depois do primeiro confinamento, as escolas e os seus professoram estão mais preparados. Contudo, nem todas as falhas ficaram resolvidas.
Foi a 16 de março que professores e alunos tiverem de passar a ter aulas online, a partir das suas casas, devido à Covid-19.
Já na próxima segunda-feira, dia 8, as aulas nesses moldes vão voltar. E, apesar de a primeira experiência ter ensinado bastantes coisas sobre esta ‘nova’ forma de ensinar, diretores das escolas admitem que nem todos os problemas ficaram resolvidos.
Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), em declarações à Agência Lusa, lembrou que “na primeira vez foi complicado, porque as escolas não estavam preparadas. Foi de uma sexta-feira para uma segunda-feira”.
Entre esse primeiro dia, a 16 de março de 2020, e o próximo dia 8 de fevereiro de 2021, quase um ano depois, os professores aprenderam, também, juntamente com os alunos, a trabalhar com novas tecnologias.
O Ministério da Educação criou o programa #EstudoEmCasa, transmitido na RTP1, e mais alunos tiveram acesso a computadores e a Internet, alguns deles graças ao Governo, outros graças às escolas e autarquias.
Apesar de agora os professores sentirem que estão melhor preparados para mais uma temporada de ensino à distância, também estão mais preocupados devido à experiência anterior.
“No ano passado ninguém sabia o futuro próximo e toda a gente achava que o problema se iria resolver rapidamente. Agora temos um ano de experiência de pandemia, e essa experiência permite-nos perceber que isto será um grande problema para toda a gente”, disse Manuel Pereira.
De acordo com o presidente da ANDE, esse “grande problema” tem origem em “pequenos problemas” que não foram resolvidos na altura, como é o caso de vários alunos continuarem a não ter acesso a equipamentos para assistirem às aulas e o facto de muitos viverem em condições economicamente desfavorecidas.
“Há mais angústia, ou realismo, por parte dos pais e, especialmente, dos professores, porque todos nós percebemos o que se perdeu no ano passado com o ensino a distância e todos nós sabemos que ainda há uma franja de alunos que não têm as condições necessárias para poder ter um ensino de qualidade a distância”, reitera.
Também o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos de Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima, aponta para os mesmos problemas, acrescentando, ainda, que no ano passado as escolas e autarquias fizeram vários esforços para minimizar essas situações, e este ano vão fazer o mesmo.
Filinto Lima deu o exemplo do agrupamento que dirige em Vila Nova de Gaia, que entregava, e que vai continuar a entregar, na casa dos alunos fichas de trabalho a todos os alunos que não tenham acesso à Internet para assistir às aulas online.
“Vamos ter uma espécie de vaivém, em que o funcionário da câmara vem à escola buscar os exercícios, entrega em casa do aluno, que lhe devolve o trabalho feito no dia anterior e depois nós enviamos aos professores”, explicou.
Para além do problema de não conseguirem aceder às aulas por falta de equipamento, Filinto Lima considera que há outras questões tão ou mais importantes a resolver.
“Eu estou preocupado com os computadores, claro, porque são essenciais para este tipo de ensino, mas está-me a preocupar muito a questão das condições que os alunos não têm em casa. Parece que se o aluno tiver computador, tem condições de trabalho. Alguns têm, outros não”, referiu.
Uma vez que as escolas têm conhecimento de quem são esses alunos, vão tentar reforçar o seu acompanhamento.
Manuel Pereira espera que seja possível manter abertas escolas para crianças que sejam filhos de trabalhadores essenciais.
Consulte aqui o programa de aulas do #EstudoEmCasa
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Fonte: Agência Lusa / Fotografia: Thinkstock
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