Propriedades medicinais da canábis oficialmente reconhecidas pelas Nações Unidas
Written by Diogo Rodrigues on 2 de Dezembro, 2020
O uso recreativo da substância manter-se-á proibido pelo direito internacional.
A ONU reconheceu as propriedades medicinais da canábis numa votação realizada em Viena, pela Comissão de Estupefacientes, o órgão executivo sobre política de drogas das Nações Unidas.
Uma maioria simples, dos 53 Estados da Comissão de Estupefacientes, decidiu retirar a canábis e a sua resina da Lista IV, da Convenção sobre Drogas de 1961, o que significa que a utilidade médica desta planta passa a ser oficialmente reconhecida.
O uso recreativo continuará a ser proibido pelo direito internacional.
Quase todos os Estados da União Europeia, à exceção da Hungria, e muitos estados da América representaram maioria simples de 27 votos para aprovar a mudança, uma das mais importantes em matéria de drogas nas últimas décadas, enquanto a maioria dos países da Ásia e de África se opôs.
Na Convenção sobre Drogas de 1961, a canábis está classificada nas listas I e IV, sendo esta última reservada às drogas mais perigosas e sob controlo mais rigoroso, como a heroína, e às quais é atribuído pouco valor medicinal.
Esta alteração facilitará a investigação com canábis, que tem princípios ativos que têm demonstrado resultados promissores no tratamento da doença de Parkinson, da esclerose múltipla, da epilepsia, dor crónica e no cancro.
A votação ocorreu quase dois anos depois de um parecer da Organização Mundial de Saúde (OMS) que reconhecia a utilidade médica da canábis e recomendou a sua retirada da lista IV.
Ao mesmo tempo, propôs manter a canábis na Lista I, onde os estupefacientes estão sob controlo internacional devido à sua natureza aditiva, mas acessíveis para atividades médicas, situação em que se encontram outros estupefacientes, como a morfina.
A recomendação agora adotada baseou-se no primeiro estudo crítico da OMS sobre a canábis, o medicamento mais popular do mundo, com cerca de 200 milhões de consumidores, de acordo com estimativas da ONU.
Cerca de 50 países lançaram já diferentes programas de canábis medicinal e esta decisão das Nações Unidas, promoverá tais políticas, bem como pesquisas com a planta.
Em Portugal, a legalização do uso de canábis para fins medicinais foi aprovada em junho de 2018 e a lei entrou em vigor a 1 de fevereiro de 2019.
Até agora, a investigação médica com canábis era possível numa base limitada, uma vez que a sua inclusão na Lista IV funcionava como um travão para muitos laboratórios devido às restrições e diferentes critérios legais aplicados em cada país.
Segue a ONFM no Instagram e Facebook
Fonte: SIC Notícias
Pingback:
Pingback:
Pingback:
Pingback:
Pingback:
Pingback: