Confusão na Amadora em fila para doação de alimentos
Written by Joana Timóteo on 6 de Maio, 2020
Centenas de pessoas juntaram-se na procura de bens essenciais, que são diariamente distribuídos por mesquita na Amadora, colocando em risco a saúde pública em tempo de pandemia de Covid-19.
Na tarde desta quarta-feira, a PSP e a polícia municipal da Amadora foram obrigadas a intervir, em auxílio da Proteção Civil, para assegurar as medidas de proteção numa fila de recolha de alimentos básicos, na Mesquita da Amadora.
Segundo a RTP3, a fila conta com “centenas de pessoas”, “maioritariamente cidadãos estrangeiros”, que aguardam a sua vez para recolher donativos alimentares. No entanto, a distância de segurança não está a ser cumprida, embora “a maior parte está com máscara de proteção”.
Até ao momento, as forças de segurança apostam em medidas de sensibilização, ao invés de intervenção musculada.
Muitas destas pessoas são ‘vítimas diretas’ da crise gerada pela pandemia, tendo perdido o trabalho.
“Estamos a falar de desemprego, de pessoas carenciadas, e por mais que se queira abrir ao mínimo a situação obriga que as pessoas queiram buscar algum apoio”, explicou o líder da comunidade muçulmana em Portugal, sheik David Munir, em declarações à TVI24.
Destacando a criação de uma equipa “para ir à casa das pessoas mais carenciadas”, o sheik David Munir apontou a “explosão” de pobreza criada pela pandemia, lembrando que esta entrega de alimentos pela mesquita é realizada todos os anos.
“As pessoas estão lá porque precisam, mas fazem questão de cobrir a face para que não se saiba da sua pobreza. O desespero existe, as pessoas vivem com muitas dificuldades”, realçou.
O líder da comunidade muçulmana elogiou o apoio das autoridades policiais no controlo das filas para a recolha de bens essenciais, lembrando os riscos para a saúde pública.
“Uma pessoa que esteja infetada pode contaminar centenas, que depois vão para casa ou a um supermercado e contaminam outras pessoas. Precisamos das autoridades para manter a ordem”, explicou.
O sheik David Munir lamentou que os responsáveis desta mesquita na Amadora não tenham antecipado o aumento da procura, procurando auxílio para a entrega dos bens essenciais junto às entidades municipais e outros organismos, como os bombeiros.
Imagens: TVI24
06/05 – 16h50