Cabeleireiros prontos para reabrir a 4 de maio, mas comércio de rua ainda com questões por definir
Written by Cheyenne Domingues on 27 de Abril, 2020
O sector dos barbeiros e cabeleireiros está na linha da frente, com a apresentação de um plano, da sua própria iniciativa, para fixar as condições em que vai abrir no próximo dia 4 de Maio. O presidente da Confederação do Comércio e Serviços (CCPI), João Vieira Lopes, elogiou a iniciativa do sector, e reconhece que há outros sem esse plano próprio, na expectativa do que vier a ser determinado pelas autoridades sanitárias.
O responsável admite que há ainda muitas questões por definir, que serão determinantes para a abertura dos estabelecimentos de comércio local, como cafés e restaurantes, ou lojas de roupa e sapatarias, entre muitos outros.
Entre outras, questões como: Quantos cozinheiros e empregados podem ter os pequenos restaurantes? Vai ser possível experimentar roupa ou calçado? É preciso criar divisórias acrílicas? Que distância mínima é preciso criar no atendimento aos clientes? Estas são apenas algumas das dúvidas que se colocam a quem tem pequenos negócios, e que serão importantes para reconquistar a confiança dos clientes, como aconteceu no segmento das lojas de bens alimentares, as únicas a manter portas abertas durante o estado de emergência.
Há, no entanto, outras condições que dependem menos dos comerciantes, mas que são decisivas para a abertura gradual do comércio e serviços, que será decidida pelo Governo, ainda esta semana. Nessas condições, que serão determinantes para garantir clientes, e dessa forma manter muitos negócios e empregos, João Vieira Lopes destaca os transportes, que terão regras muito definidas quanto ao número de utentes a transportar. Deles dependerá a fixação de novos horários de funcionamento de várias actividades, para evitar as horas de ponta, principalmente nas grandes cidades.
O presidente da CCPI destaca ainda que a diminuição do medo de sair à rua, com a abertura de outras actividades empresariais e a redução do teletrabalho, depende da capacidade de adaptação dos transportes e, no setor rodoviário, ferroviário e fluvial, particularmente em Lisboa, poderá haver constrangimentos elevados.
João Vieira Lopes mostra-se ainda “muito preocupado” com a capacidade financeira de muitas empresas, do sector, em pagar os salários de Abril, depois de um mês em que 80% das actividades estiveram encerradas, e sem qualquer facturação, e já no mês de Março se tinha registado uma menor actividade.
“No fim de Abril, muitas empresas não vão ter dinheiro para pagar salários”, adiantou o líder associativo, que se tem mostrado crítico em relação à resposta do Governo.
“As medidas de apoio criadas demoraram praticamente um mês a chegar ao sector do comércio e serviços”, refere João Vieira Lopes.
À abertura do pequeno comércio, seguir-se-á o arranque gradual de outras lojas e serviços. O grande comércio deverá arrancar a partir de Junho.
19:20 – 27/04