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Isaura desabafa sobre luta contra o cancro da mama

Written by on 26 de Abril, 2020

A cantora já tinha revelado publicamente que lhe tinha sido diagnosticado um cancro na mama no início do ano. Agora, Isaura afirmou que a doença a tornou mais forte.

Publicado no seu Instagram pessoal, a cantora e compositora Isaura faz um desabafo sobre a luta contra o cancro que enfrenta. “A vida é uma coisa muito diferente daquilo que se vê nos nossos telefones”, relata.

A intérprete começa por comparar a sua situação ao filme “Scary Movie”: “Da sala de tratamento – Se me tivessem perguntado se queria ter cancro evidentemente que escolhia, assinava e lacrava o contrato de não ter. Quando penso sobre isto vem-me sempre à cabeça aquela cena do Scary Movie em que ela vai a fugir e se depara com e por esta ordem: uma banana, uma bomba, uma faca militar, uma faca de cozinha e uma pistola. Rio-me sempre como se tivesse ficado condenada à banana; do género, se escolhi fiquei claramente com a banana!”, desabafa.

Isaura elogia as pessoas mais velhas que estão a passar pela mesma luta: “Preferia não ter cancro e não saber o nome de certos medicamentos. Mas no segundo em que jogo sozinha e na minha cabeça ao ‘Preferias’ também pondero que se esta fava não me tivesse calhado não saberia quão fortes as pessoas são. Mas fortes de verdade, na realidade!, não fortes na superfície epidérmica da palavra; fortes mesmo. E não falo de mim, falo das pessoas com o dobro e quase triplo da minha idade que me acenam do outro lado da sala porque sou sempre (ou quase sempre) a mais nova que por aqui passa”, contou.

A cantora aprendeu muito com estas pessoas. “A vida é uma coisa muito diferente daquilo que se vê nos nossos telefones, é muito mais do que a curadoria com que vestimos os nossos feeds. A vida são estas pessoas rijas que se introduzem umas às outras com as maleitas – porque é isso que as une – e que passadas três frases se dão a conhecer com tanta comoção. Falam da terra onde cresceram, dos ofícios que aprenderam e dos planos que ainda hão-de realizar. Aprendo muito só a observar”, explica.

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Da sala de tratamento – Se me tivessem perguntado se queria ter cancro evidentemente que escolhia, assinava e lacrava o contrato de não ter. Quando penso sobre isto vem-me sempre à cabeça aquela cena do Scary Movie em que ela vai a fugir e se depara com e por esta ordem: uma banana, uma bomba, uma faca militar, uma faca de cozinha e uma pistola. Rio-me sempre como se tivesse ficado condenada à banana; do género, se escolhi fiquei claramente com a banana! Voltando ao assunto: preferia não ter cancro e não saber o nome de certos medicamentos. Mas no segundo em que jogo sozinha e na minha cabeça ao “Preferias” também pondero que se esta fava não me tivesse calhado não saberia quão fortes as pessoas são. Mas fortes de verdade, na realidade!, não fortes na superfície epidérmica da palavra; fortes mesmo. E não falo de mim, falo das pessoas com o dobro e quase triplo da minha idade que me acenam do outro lado da sala porque sou sempre (ou quase sempre) a mais nova que por aqui passa. A vida é uma coisa muito diferente daquilo que se vê nos nossos telefones, é muito mais do que a curadoria com que vestimos os nossos feeds. A vida são estas pessoas rijas que se introduzem umas às outras com as maleitas – porque é isso que as une – e que passadas três frases se dão a conhecer com tanta comoção. Falam da terra onde cresceram, dos ofícios que aprenderam e dos planos que ainda hão-de realizar. Aprendo muito só a observar.

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A lutar contra um cancro da mama, Isaura conta que antes da doença tinha crises de ansiedade e que agora aprendeu a ter “pensamentos mais saudáveis”.

Noutra publicação do seu Instagram, a compositora refletiu sobre a doença e como a mesma mudou a sua saúde mental.

“A vida é mesmo engraçada. Ainda há poucos meses atrás lidava com crises de ansiedade; ansiedade aqui e ali por coisas que exigia a mim própria sem sequer me aperceber ou sem conseguir fazer diferente. Para mim é fácil querer fazer muitas coisas pelo gosto que me dá fazê-las. Às vezes deixo-me ir e quando dou conta fiz tudo aquilo a que me propus mas esquecendo-me de cuidar de mim. Não sei o dia de amanhã mas hoje os meus pensamentos são muito mais saudáveis”, conta.

Aprender a dizer que não a coisas que não nos fazem bem ou que simplesmente não são importantes para ocupar os minutos do nosso dia é um exercício difícil. Eu estou a aprender! E se houver alguém desse lado a viver apressado e assoberbado quero só dizer que há esperança! Se eu estou a aprender acho que qualquer um pode aprender”, afirma. 

No dia 4 de fevereiro, Dia Mundial da Luta contra o Cancro, Isaura anunciou que estava a travar uma batalha contra o cancro da mama.

A cantora e compositora ficou conhecida depois de vencer o Festival RTP da Canção em 2018, como compositora do tema “Jardim”, interpretado por Cláudia Pascoal e pela própria.


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