Pode o coronavírus alojar-se no cabelo?

Já todos estamos a par da importância de lavar as mãos regular e minuciosamente, a fim de evitar o contágio, e a propagação da Covid-19. Mas, será que o coronavírus pode viver no topo das nossas cabeças?

A dermatologista norte-americana Hadley King afirmou à publicação Refinery, que “estudos têm demonstrado que o coronavírus pode sobreviver em materiais à base de cartão até 24 horas, no metal por dois dias, e no plástico até três dias – mas relativamente ao cabelo ainda não foram realizados testes”.

No entanto, Saad Omer, médico, professor e diretor do Instituto Global Health, da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, refere que, apesar de não ter conhecimento de um único caso em que alguém tenha testado positivo nos folículos capilares, acredita que a Covid-19 pode permanecer no cabelo, da mesma forma que se instala noutras superfícies

O médico disse ao programa Today, do canal de televisão NBC, que “normalmente, os vírus sobrevivem por menos tempo em superfícies porosas, tais como o cabelo, comparativamente a superfícies sólidas como o aço inoxidável”. 

Entretanto, o professor Adam Friedman, presidente interino de dermatologia, na Faculdade de Medicina e de Ciências da Saúde, na Universidade de George Washington, nos EUA, afirma que depende das circunstâncias do cabelo. 

Tendo explicado no Today: “se arrancar alguns fios de cabelo, os pouse e se alguém infetado com Covid-19 espirrar para cima deles, poderia o vírus viver naqueles fios, que haviam sido arrancados e já não pertenciam ao organismo humano?”.

“Daquilo que observámos num artigo científico publicado no periódico New England Journal of Medicine, é possível que o vírus viva nessa superfície por até três dias”.  

Contudo, para o professor, se o cabelo ainda estiver preso à cabeça, então a história é completamente diferente. Friedman explica que quando os fios estão presos à nuca contêm óleos naturais que têm um efeito protetor, acrescentando ainda que estes “têm propriedades antibacterianas, que limitam a capacidade de organismos exteriores se instalarem no cabelo”. 

Ainda assim, para a dermatologista Hadley King, não podemos contar apenas com a ação desses óleos, já que estes variam de acordo com a pessoa e o tipo de cabelo. 

A profissional recomenda lavar o cabelo mais frequentemente, sobretudo a quem frequentar algum espaço que possa estar contaminado. 

É igualmente importante evitar tocar no cabelo, e no rosto, enquanto estivermos na rua.

King explica: “em teoria, o vírus pode passar das mãos para o cabelo, mas se não passar os dedos pelos fios, então o risco será menor”. 

15:05 – 17/04