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Covid-19: Portugueses desaparecem das urgências dos hospitais

Written by on 27 de Março, 2020

O número de utentes nas urgências dos hospitais baixou desde o início do surto, mas tal não significa que a percentagem de casos não urgentes tenha diminuído.

Há menos cidadãos a procurar as urgências dos hospitais desde o início do surto da doença Covid-19 em Portugal. O nível de procura está a atingir mínimos históricos depois de ter sido decretado o estado de emergência.

De facto, a Direção-Geral da Saúde recomenda aos indivíduos que tenham sintomas de Covid-19 que não se dirijam às urgências hospitalares, para evitar o risco de contágio nas salas de espera. No entanto, isto não quer dizer que a percentagem de casos não urgentes, a dar entrada em urgências, tenha diminuído.

O portal do Serviço Nacional de Saúde regista o número diário de episódios de urgência nos hospitais portugueses. Estes dados mostram que, na semana de 16 a 22 de março, o número de pessoas a dirigir-se às urgências foi de 49.634, menos 69.801 utentes em comparação com a mesma semana de março de 2019.

Fonte: Público

Segundo o gráfico construído pelo jornal Público, que contempla os dados confirmados pela Administração Central do Sistema de Saúde, a tendência de decréscimo já se pode observar desde o início do mês de fevereiro. No entanto, este número decresceu ainda mais desde que os primeiros casos de Covid-19 foram confirmados em Portugal. Foi no dia 2 de março que o país soube da existência de dois casos positivos em território nacional, os primeiros.

Fonte: Público

No domingo passado, dia 22 de março, foi atingido um mínimo histórico, quatro dias depois de ter sido decretado o estado de emergência pelo Presidente da República. Também no mesmo dia, as principais medidas aprovadas pelo Conselho de Ministros entraram em vigor.

Nesse dia, apenas 5.891 pessoas foram até à urgência de um hospital, segundo dados do portal do SNS.

Em 2019, o valor mínimo de utentes foi registado a 21 de Abril, domingo de Páscoa. Foram 12.555 utentes os que se dirigiram às urgências hospitalares nesse dia. Em comparação com o dia 22 de março de 2020, o mínimo registado em 2020, até à data, houve menos 6664 pessoas a ir às urgências.

O decréscimo foi ainda mais acentuado entre o dia 2 e o dia 24 de março. 60% dos hospitais portugueses registaram uma descida no número de utentes.

O número de utentes está a decrescer substancialmente, mas esse facto não se deve a uma redução do número de utentes não urgentes nos hospitais.

O número de utentes por triagem, no período desde que foram detetados os primeiros casos de covid-19 em Portugal, em comparação com o resto do ano de 2020, diz-nos que quase metade dos utentes receberam pulseira amarela, 10% pulseira vermelha e 35% pulseira verde.

Fonte: Público

Desde o dia 2 de março, 42,01% dos utentes foram classificados como doentes urgentes, recebendo a pulseira amarela, ao passo que no resto do ano de 2020 essa percentagem era de 43,35%. Isto é, verificou-se uma variação de 1,34 pontos percentuais. Esta foi a maior variação percentual registada.

As pulseiras azuis e verdes são classificadas como pulseiras pouco prioritárias, não urgente e pouco urgente, respectivamente. Através do gráfico, verifica-se que esta categoria de utentes não se alterou. No período correspondente de 1 de janeiro a 1 de março de 2020, a taxa de doentes não urgentes nas urgências é de 36,61%; no período entre 2 de março e 24 de março, essa percentagem é de 36,31%.

Significa isto que, apesar de os portugueses se estarem a dirigir menos às urgências dos hospitais, a percentagem deles que o faz, com sintomas pouco urgentes, manteve-se.

É claro, através dos dados apresentados, que o esvaziar das urgências está relacionado com o início do surto do novo coronavírus em Portugal.

Os cidadãos parecem ter adotado as recomendações da Direção-Geral da Saúde: para evitar casos de contágio nas salas de espera, não vás às urgências se suspeitares estar infectado com a doença Covid-19.

Mais uma vez se apela que os casos suspeitos devem ser atendidos pela linha SNS 24 (808 24 24 24) num primeiro momento.

27/03 – 11h14


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