Current track

Title

Artist


Primeiros sintomas do coronavírus afinal podem aparecer mais tarde

Written by on 11 de Fevereiro, 2020

O período de incubação do novo coronavírus pode, afinal, prolongar-se até 24 dias e não 14, como se apurou anteriormente.

Esta foi a conclusão de um estudo publicado esta terça-feira, e realizado por 37 pesquisadores, incluindo o proeminente epidemiologista chinês Zhong Nanshan.

A febre, que é um dos primeiros sintomas, pode manifestar-se em apenas 43,8% dos pacientes, na sua primeira visita ao médico.

“A ausência de febre é mais frequente [entre os pacientes analisados] do que na Síndrome Respiratória Aguda e Grave (SARS ou pneumonia atípica) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), portanto a deteção dos casos não pode focar-se na medição da temperatura”, pode ler-se no texto.

Também a tomografia computadorizada, apenas deteta sintomas de possível infeção em metade dos casos analisados, acrescentou.

A amostra incluiu 1.099 pacientes do novo coronavírus, diagnosticados até 29 de janeiro, em 552 hospitais, em 31 sítios diferentes da China, com uma idade média de 47 anos, e entre os quais 41,9% eram mulheres.

Entre os pacientes, cerca de 26% não estiveram recentemente em Wuhan, o epicentro da epidemia, ou tiveram contacto com pessoas de lá. O período médio de incubação do vírus foi de três dias, mas houve também casos com um período de 24 dias.

O estudo também revela que o coronavírus “tem uma taxa de mortalidade relativamente menor que a SARS e a MERS”.

A epidemia provocada pelo coronavírus detetado em Wuhan causou já 1.018 mortos, dos quais 1.016 na China continental, onde se contabilizam mais de 42 mil infetados, segundo o balanço divulgado hoje.

Na segunda-feira, de acordo com os dados anunciados pela Comissão Nacional de Saúde da China, registaram-se no território continental chinês 108 mortes e foram detetados 2.478 novos casos de infeção, para um total de 42.638, em especial na província de Hubei (centro), onde perto de 60 milhões de pessoas permanecem em quarentena.

Cientistas e investigadores juntam-se agora em Genebra para travar epidemia, num fórum de dois dias para debater formas de controlar e lidar com o surto do novo coronavírus detetado na China.

A reunião, que junta investigadores, peritos e responsáveis de saúde, foi convocada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pretende coordenar os esforços para encontrar respostas para a nova epidemia. “Aproveitar o poder da ciência é fundamental para controlar este surto. Há respostas de que precisamos e ferramentas que temos de desenvolver o mais rapidamente possível. A OMS está a desempenhar um papel de coordenação, reunindo a comunidade científica para identificar prioridades de pesquisa e acelerar o progresso”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa declaração escrita.

O objetivo é que haja coordenação na investigação para que se descubra a fonte exata do surto que começou na cidade chinesa de Wuhan, bem como acelerar o desenvolvimento de uma vacina e de medicamentos específicos.

A OMS espera que deste fórum resulte uma agenda global de investigação sobre o novo coronavírus, com prioridades e projetos definidos.

Na semana passada, a morte de Li Wenliang, o médico que inicialmente alertou a comunidade médica de Wuhan sobre o novo coronavírus, mas que foi obrigado pela polícia a assinar um documento no qual denunciava o aviso como um boato “infundado e ilegal”, levou a reações imediatas nas redes sociais chinesas, com o hashtag #woyaoyanlunziyou (eu quero liberdade de expressão, em chinês) a tornar-se viral.


Reader's opinions

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *