O dia mais difícil do ano – toda a história do Enterro do Entrudo
Written by Joana Timóteo on 20 de Janeiro, 2020
Enterro do Entrudo é sinónimo de encerramento do Carnaval e em Torres Vedras não é diferente. Dia 26 de fevereiro de 2020, quarta-feira de cinzas, pelas 21h, os foliões vão poder assistir ao Enterro do Entrudo e julgamento do Rei do Carnaval de Torres Vedras. Os seis dias e cinco noites de folia constante são motivos mais do que suficiente para julgar o Rei!
O Enterro do Entrudo é uma prática que “sobreviveu no Carnaval urbano de Torres Vedras”, afirma a Antropóloga Ana Almeida. E é verdade! O ano passado, por exemplo, foram centenas (arriscaria dizer milhares) de pessoas que se juntaram em frente ao Tribunal de Torres Vedras para assistirem ao julgamento do Rei e despedirem-se do “Carnaval mais Português de Portugal”.
Enterro do Entrudo 2019 
Centenas de pessoas assistiram ao julgamento do Rei
O ritual do enterro começa com um cortejo fúnebre, que parte do centro histórico até ao Tribunal de Torres Vedras. O Rei do Carnaval de Torres é, como habitual, levado por uma carroça, acompanhado por vários grupos carnavalescos, alguns foliões e por muitas lágrimas e lamurias.
Chegado ao Tribunal, o Rei é julgado pelo juiz, condenado à morte e procede-se então à queima do boneco que o personifica (queima do Entrudo). Todo o julgamento do Rei é realizado com muita sátira política e social à mistura, algo muito presente em todos os momentos do Carnaval torriense.
Boneco do Entrudo
O primeiro boneco do Entrudo surgiu em 1944 pelas mãos de Francisco Porfírio, conhecido pelos torrienses como “Chico da Bola“. Até 2015 (ano do seu falecimento) foi o responsável por fabricar este boneco. Desde esse ano que o boneco do entrudo é feito rotativamente pelos três construtores dos carros alegóricos – Gate 7, Fernando Sarzedas e Impacto Visual.
“O boneco começou por ser feito em palha como os bonecos tradicionais. Em seguida, apesar de ser difícil, era inserido o rastilho com bombas e depois, o boneco era vestido”, explica a Antropóloga Ana Almeida.
Queima do Entrudo 
Espetáculo pirotécnico da queima do Rei
“Mais tarde, a cabeça do boneco começou a ser feita em pasta de papel e, desde sensivelmente 1998, que é feita uma armação de ferro no corpo (verguinha), na qual se coloca o rastilho com bombas. Depois, a armação é vestida com duas camadas (uma camada de plástico e uma de tecido). O tecido é colado ao plástico com cola branco. Por fim, é enfeitado a gosto”, explica Ana Almeida.
O Enterro do Entrudo termina com um espetáculo de fogo de artifício.
O Carnaval de Torres Vedras realiza-se este ano de 21 a 26 de fevereiro com o tema “Magia&Fantasia”.
Imagens: Câmara Municipal de Torres Vedras
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Krbctraic On 21 de Setembro, 2021 at 15:23
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